Dear bulletin board, you are both overused and undervalued and not many teachers want you to exist. You were there when the school was first constructed, because, well, someone decided that every school must have you in their halls, almost as necessary as classrooms. So, since you are as old as the school walls themselves, we’re going to find a way for you to make sense, once again.
Yours, Bilinguistas
Antes de começar, responda algumas dúvidas:
- Qual é o propósito dos murais na sua escola?
- Já existe um padrão para se seguir?
- Quem visualiza? Qual é a audiência? A altura dos murais é pensada para a audiência?
- Quem precisa criar e elaborar? Os alunos devem participar ou não?
- Quantas vezes VOCÊ parou para ver e apreciar os murais das outras turmas?
Agora, com essas respostas em mãos, vamos lembrar qual é o propósito de um mural na escola. No livro “Visible Learners”, de Mara Krechevsky, et al (2013), há um capítulo interessantíssimo sobre a criação de murais e, especialmente, sobre como criá-los para fazer a aprendizagem visível das crianças. Então, se você já respondeu a parte de cima, vamos pensar no propósito dos murais.
De acordo com esse capítulo, os murais devem:
- Comunicar e promover os valores que a escola tem sobre o processo de ensino- aprendizagem;
- Refletir a identidade da escola ou o grupo de crianças que está criando o mural;
- Apoiar a construção de conhecimento coletivo e a reflexão coletiva;
- Ajudar os alunos a fazer conexões com outras áreas de conhecimento.
Você está vendo o ponto “deixar bonito para famílias visitando a escola?” Não, né? Pois é, porque murais dentro da escola são para o uso da comunidade que frequenta a escola TODOS os dias. Neste artigo, não estamos propondo usar o mural para a função de marketing dentro da escola – se quiser isso, pode colocar um mural na recepção e uma pessoa com função administrativa pode cuidar e atualizar.
Aqui, estamos falando de murais de uso pedagógico, que não precisam estar bonitos, pois um bom trabalho com o mural vai ficar muito mais do que bonito. Aliás, se o mural só está bonito, você não usou o espaço de maneira apropriada. E se você for coordenadora, leia aqui sobre o alinhamento estético que precisa acontecer na sua escola!
Sooooo, para criar um mural com os propósitos mencionados, precisamos pensar bem ONDE fica o mural que vamos usar. Qual é o contexto desse mural? Talvez essa seja uma questão para tratar com a própria direção da escola. Já cansei de ver murais da altura dos olhos dos adultos que deveriam estar dispostos para crianças de 2-3 anos. Como assim, gente? E em corredores estreitos, com um metro de distância entre uma parede e a outra? Não dá para ver a amplitude do trabalho!
Um corredor assim é um bom lugar para decoração, talvez com trabalhos coletivos de artes ou uma linha do tempo da construção da escola, as imagens das pessoas que fazem parte daquela comunidade, existem tantas possibilidades! Mas um corredor estreito é somente para as pessoas transitarem de um lugar para o outro. Aliás, será que, mesmo com espaço, um lugar feito para transitar é um bom local para colocar algo com os propósitos que mencionamos? De novo, quantas vezes você parou para olhar os murais da sua escola com o cuidado merecido (para nem falar da valorização do tempo do profissional e as crianças que fizeram parte)?
Pois é, então, não poderia ser uma decoração em vez de a professora o enfeitar a cada tantas semanas? O objetivo é ser visto pelas visitas da escola? Para deixar tudo com ar de aprendizagem? Vamos ter uma conversa real, aqui?
Vamos pensar em o que poderia ser?
Se os murais estão nos espaços coletivos da escola, são para as crianças e os adultos que as acompanham! Vamos pensar nelas para poder espalhar o conhecimento que está sendo construído nas salas de aula, vamos pensar em propostas interativas também. Para pensar em trabalhos interativos, e se na sua escola há bebês e toddlers, lembre-se de escolher algo que poderia ser destruído sem querer – não coloque, por exemplo, trabalhos artísticos individuais num lugar que podem ser estragados pela meleca de outra criança, né?
Um exemplo de um mural interativo (e para crianças bem pequenas) foi o de uma sala que estava explorando folhas. A turma deixou um papel contact grudento no mural e algumas bacias de folhas, para que outras crianças e turmas pudessem grudar e fazer uma obra coletiva, vendo as diferenças entre as folhas também. Legal, né? Aí, a professora colocou para as professoras acompanhando as outras turmas um textinho com explicações do que as crianças poderiam fazer, boas perguntas para a professora fazer com sua turma e a razão daquele trabalho estar ali.
Simples, significativa, interativa, a proposta compartilhou o conhecimento de uma turma que instigou outras investigações em outras turmas, mostrou a individualidade da turma dela… exatamente o propósito dos murais no espaço escolar. Viu como um mural pode ser interativo para crianças bem pequenas?
Agora, você consegue imaginar essa proposta num corredor enquanto uma professora quer levar sua turma para lanchar? “Gente, bora! Temos que chegar no refeitório, já estamos atrasados! Larguem as coisas nas cestas!” Corredor é CORREdor. Agora, imagine esse mural no parque ou na sala de artes. Bem diferente, não é?
Alguns pontos para considerar ao montar seu mural com aqueles propósitos em mente:
- O contexto do trabalho que você expôs (coisa rápida, linguagem simples – até para crianças maiores poderem ler e entender);
- O trabalho dos alunos e/ou o conhecimento que querem trazer para o coletivo com suas palavras e fotos ao engajar no trabalho;
- Um título que chame a atenção e que “hooks” a sua audiência. Lembre, isso também é um gênero textual! (parecido com cartaz ou pôster);
- Um pedido de uma interação com o público: poderiam ser comentários abertos – sem direção – ao ver e refletir sobre o conteúdo, poderia ser uma pergunta mais fechada – responder um poll ou outro pedido de resposta específica, ou poderia ser um desenho, uma fala, uma lista de perguntas para a professora fazer com sua turma ao sentar e olhar para o mural, e até um convite a uma obra coletiva, como no exemplo acima.
Ao final do processo de criação, antes de anunciar para o público da escola que está “pronto” para a visita – lançar um convite para a comunidade escolar –, escolha uma colega que não acompanhou o que você fez com sua turma e veja se a maneira como você expôs o trabalho no mural faz sentido para ela e se ela tem algo a acrescentar e mudar antes de “abrir” oficialmente à visitação.
Depois de algum tempo em que a exposição estiver acontecendo, recolha feedbacks dos seus colegas que levaram as turmas para a visitação. O que acharam? Qual foi o olhar construtivo que pode guiar você para planejar futuros trabalhos?
Inglês ou português?
Depende do seu público. Se é uma interação com as famílias, preparada para um evento grande, e poucas pessoas falam inglês – melhor em português. Se é para os alunos e todo mundo é bilíngue – melhor na língua de origem do trabalho (especialmente se tiver citações dos alunos – deixar na língua que foi falado) ou se for uma colaboração entre as professoras – bilíngue. É mais uma maneira para criar um uso real da língua alvo dentro da escola! Mas lembre: pouco texto escrito!
Mural ambulante?
Nada melhor do que a escola ter a ideia de murais ambulantes. Até porque, em algumas escolas, existem turmas/idades que não frequentam um andar específico ou frequentam um prédio diferente. A turma pode transportar algo que construiu, o que é mais uma maneira de promover a construção de conhecimento coletivo! Veja estas ideias:
Link aqui: https://sevexclusivv.com.br/produtos/divisoria-movel/
Tour de murais – uma excelente atividade permanente
Além de ter um trabalho da sua turma para montar um mural pedagógico, deixe no seu planejamento semanal/mensal uma visita para apreciar certo mural na escola. Murais pensados para a interação e o conhecimento compartilhado se tornam uma ferramenta incrível na mão de uma professora que expõe as crianças a temas e interesses variados. Além disso, as crianças e as professoras têm mais possibilidades de fazer trocas reais entre temas acontecendo ao redor da escola, que se torna um lugar de aprendizagem não só dentro da sala de aula, mas onde esses murais estiverem. Por isso, também, a importância do lugar onde os murais estão expostos. Imagine a possibilidade de ter um espaço em que duas turmas estão ao redor do mesmo mural, uma turma explicando por que escolheu expor aquele tema, da maneira como está, qual foi o aprendizado… poder responder as dúvidas da outra turma etc.
E por último, uma responsabilidade nossa, professoras e escolas em geral, é olhar e pensar em alternativas enquanto refletimos sobre o tema “murais”. Precisamos pensar no papel gasto para fazê-los – sim, é também possível fazer esses murais de maneira virtual – mas com crianças pequenas é melhor no físico mesmo, porém podem ser construídos com materiais que já foram usados em sala de aula e não precisam estar em murais NA PAREDE, pode ser em locais diferentes, como em cima de mesas e até no chão (imagine mostrar trabalhos de argila, por exemplo, ou construções com Lego) para expor o que a turma está querendo compartilhar com a comunidade escolar.
Enfim, hora de repensar o uso do murais em muitos sentidos. Então, escolha um dos sentidos, e bora transformar a nossa prática com intenção, responsabilidade ambiental e a construção de conhecimento coletivo em primeiro lugar!

