Quais são seus limites ao escolher uma escola?

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Autoconhecimento para entender seus non-negotiables é essencial!

Não existe uma escola perfeita ou um trabalho perfeito, e, mesmo que a nossa profissão trabalhe com a esperança de um mundo melhor, precisamos encarar a realidade quando decidimos em qual escola trabalhar.

O que existe são concessões que fazemos para entrar numa escola, mas que devem ser conscientes, baseadas em critérios reais. Pense que, assim como você não quer entrar numa escola que aceite você como você é e um pouco depois mostre outra atitude, a direção de uma escola também não quer que você aceite o trabalho com as condições apresentadas para depois encontrar você reclamando sem parar dessas condições, após aceitar o emprego. 

Para isso não acontecer, se você for professora ou coordenadora, você precisa saber e dialogar sobre os seus non-negotiables antes de uma contratação. Quais são seus limites na vida profissional, sejam eles físicos (preciso que a escola deixe uma geladeira disponível para minha marmita) ou atitudinais (preciso de uma coordenadora que possa me apoiar e me guiar, mesmo quando eu errar)?

Este texto foi escrito em novembro, quando as professoras estão terminando o segundo semestre e fazendo aquela escolha anual: fico ou saio? Hora de tomar a decisão de ficar mais um ano na escola onde atualmente trabalha ou procurar outra escola e participar de alguns processos seletivos. 

Quando não estamos nessa época do ano, essa mensagem também vale, porque, não importa quando, a verdade continua a mesma: é importante conhecer seus limites profissionais e criar um critério de escolha

E esses limites são totalmente diferentes de uma professora ou coordenadora para outra. Depende muito da sua condição financeira, dos valores que você tem, que normalmente vêm da sua família e das suas vivências, seus compromissos e metas, e sua visão de mundo e seus propósitos. Por isso, cada professora tem limites diferentes

Por exemplo, uma professora pode tolerar ficar sozinha com 20 crianças de 4 anos, mas não tolera uma sala sem janela. Outra professora pode tolerar uma sala sem janela, mas não tolera uma escola que adota livro didático para crianças de 3 anos. Outra pode tolerar trabalhar 12 horas por dia, mas não tolera a escola não tratar a ela e seu filho como qualquer outra mãe da escola. 

Você está vendo quantas variáveis e condições uma escola pode propor a uma professora e a necessidade de se conhecer diante das necessidades reais que você tem? Faça sua lista, levante as suas necessidades e desejos, por mais básicos e bobos que você ache que são. E aí se pergunte, “se eu não tiver acesso a X desejo/necessidade, como eu reagiria depois de 1 mês, e depois de 3 anos?”

Ao fazer esse exercício, você vai criar duas listas – seus non-negotiables (aqueles limites que não pode de jeito nenhum ceder) e seus desejos (o que não prejudicaria você se não tiver, mas é algo que você vai procurar ao fazer entrevistas). Assim, a escolha lógica de ficar ou sair fica muito mais fácil, pois você criou critérios para sua escolha. 

Só falta analisar a sua escola atual e olhar com cuidado para suas listas. A escola está oferecendo o necessário? Se não, você acha que vale a pena uma conversa com a coordenação e direção para pedir algo da sua lista? Existe uma escuta e um caminhar para ajudar você a buscar aquilo que é necessário? Se tiver, maravilhoso!

Se a escola atual não cumpre sua lista de necessidades, existe uma escola que cumpra? Se sim, é um indício para procurar mais informações e ver se você tem as qualificações para entrar e fazer uma escolha para participar ou não do processo seletivo dessa escola.

Se você está trabalhando na única ou melhor escola da sua cidade e ela ainda não está atendendo o necessário, talvez ainda assim você decida ficar. Você já sabe as áreas em que pode tentar pleitear ajuda e achar estratégias para superar as dificuldades ao ter uma necessidade não cumprida. A consciência na tomada de decisão é muito importante, dá poder, voz e confiança. 

Sobre o assunto Teacher Well-being, essa consciência dos non-negotiables é possível e deve ser feita, e depende do autoconhecimento da professora.

Mas, antes de encerrar esse assunto aqui no blog, após lançar essa ideia primeiramente no nosso Instagram, recebemos muitos feedbacks sobre limites profissionais das nossas seguidoras. Essas ideias precisam ser compartilhadas, porque nos incomodam constantemente e não damos vazão ou a atenção necessária para essas ideias.

Entendendo seus limites, você tem  a possibilidade de uma escolha consciente. Que tal conversar com sua teacher-bestie sobre seus limites profissionais, quais condições você aceita/não aceita e quais ela aceita/não aceita, quais estão chegando a um limite e com quem você poderia compartilhar suas angústias, e quais já chegaram aos limites e você precisa tomar uma decisão. De novo, todas nós temos limites diferentes, é importante se escutar e compartilhar com pessoas de confiança, até para fazer uma boa atuação em sala de aula e cuidar do nosso bem-estar e o das crianças!  

Vamos recapitular os limites mencionados no Instagram. Lembre-se de que você não precisa concordar ou discordar, simplesmente preste atenção em como os limites das pessoas são diferentes e como é importante conversar. Seguem as ideias trazidas pelas seguidoras:

  • Limito o número de horas trabalhadas em casa. Começo pelo que fará mais diferença para o aluno. 
  • Comunicação com as famílias só através dos canais oficiais da escola. Não dou nem darei meu zap!
  • Não cobrir mais a função alheia: “Faltou muita gente, cancela o inglês e coloca a teacher no lugar.”
  • Usar meu horário de almoço para pausa real, e não para trabalhar. 
  • Escolhi não pegar mais aulas até o fim desse ano, me limitei a 8h por dia e a meta é menos ano que vem. 
  • Não aceitar que pais me desrespeitem nem a escola.
  • Uma escola (não bilíngue) me tratar como vilã só porque estou em outra (bilíngue).
  • Eventos fora de dia e horário de trabalho são meu limite. Principalmente aos sábados. 
  • Quantidade de alunos, atualmente tenho 25 crianças de 4 anos (escola de elite, tá?).
  • Não trabalhar mais do que 8h de segunda até sexta. Salvo: relatórios e fechamento. 
  • CLT e benefícios. Professor PJ é o fim da educação!
  • Segurança das crianças. Não fico sozinha nunca. 

Comece a criar sua lista!

Qual é um dos limites que você estabeleceu para garantir um bom trabalho na escola e seu bem-estar pessoal? Já pode começar a anotar. Aliás, quer uma ajuda para elaborar mais esse pensamento? Faça nosso curso de 15 horas sobre A Professora Bilíngue e suas relações, no qual exploramos muito esse assunto com várias perguntas para ajudar nessa reflexão importante e preciosa, é quase uma terapia! Clique aqui para saber mais!

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