É muito comum que a avaliação encerre um processo linear: a gente planeja, ensina e avalia. Fim.
No entanto, especialmente quando pensamos em contextos bilíngues, é muito importante que a gente olhe para a avaliação como parte de um ciclo. É a sua avaliação que vai alimentar seu planejamento!
Quando a gente termina um processo de ensino com a avaliação, o que sobra é saber quem foi que “chegou lá” e quem ficou pelo caminho. Como diria Luckesi:
“Importa, aqui, uma sinalização a respeito do fato de que a avaliação, por si, não resolve nada. Ela simplesmente revela (diz em alto e bom som) ao gestor da atividade pedagógica em sala de aula (educador) que sua ação foi (ou não foi) suficientemente bem sucedida. Em caso positivo, se aceita o resultado da ação como satisfatório; em caso negativo, a avaliação lembra ao gestor que, se ele deseja melhores resultados, haverá que decidir por nova ou novas intervenções, tendo em vista obter os resultados desejados. A avaliação somente revela a qualidade dos resultados; quem toma a decisão é o gestor; no caso, o educador em sala de aula ou na escola em geral.” (LUCKESI, 2014)


Mas, quando a gente devolve essas constatações para o planejamento, a gente garante que nenhuma criança seja deixada para trás. Sabe como?
Se você reler a citação, vai ver que Luckesi já deu a pista! Após a avaliação, você vai decidir por novas intervenções! Olha só como fazer isso na prática:
Se você tem um grupo de crianças e seu objetivo de ensino era que elas reconhecessem e utilizassem de forma apropriada um determinado conjunto de vocabulário e estrutura, e, ao avaliar, você percebeu que uma parte do grupo não está cumprindo esse objetivo, o que fazer?
Primeira opção: Anotar em uma tabela que determinadas crianças não foram capazes de aprender certo conteúdo? Marcar um X em uma tabela no relatório indicando que a criança não foi capaz?
Segunda opção: Planejar ações específicas para essas crianças. Você vai resgatá-las com atividades em pequenos grupos para que elas não deixem de ter a oportunidade de aprender.
Se você acredita que a segunda opção está alinhada às suas concepções de educação, congrats! A gente também acredita que a avaliação indica as necessidades das crianças e que devemos usar os dados gerados pela avaliação para garantir o aprendizado!
São os resultados da avaliação que alimentam seu planejamento: é partindo do que a criança sabe ou precisa saber que a sua ação será planejada. Apesar de termos o hábito de iniciar o ano com uma avaliação diagnóstica com a função de orientar as primeiras semanas de planejamento (ou reclamar da professora do ano anterior…), esta prática parece estar restrita ao início do ano. No entanto, ela deveria acontecer o ano todo, em um ciclo que se retroalimenta e garante o aprendizado.
Ao utilizar os dados gerados pela avaliação para planejar novas intervenções, você pode garantir que nenhum aluno seja deixado para trás e que todos possam alcançar o sucesso no aprendizado. Portanto, é fundamental que a avaliação seja vista como parte de um ciclo contínuo e que os resultados obtidos sejam utilizados para alimentar o planejamento de novas ações pedagógicas. Quer se aprofundar em como fazer isso? Clique abaixo e conheça nosso curso de Avaliação Bilíngue!
